Possibilidades para o futuro da bioeconomia são apresentadas na CMO
Possibilidades para o futuro da bioeconomia são apresentadas na CMO
A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional ouviu ontem, dia 24, representantes da Embrapa, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) que participaram do projeto Brasil 2035. O estudo teve por objetivo construir cenários que servissem de subsídio para o debate e a formulação de estratégias de longo prazo para o País, tendo 2035 como horizonte temporal.
O coordenador de Inteligência Estratégica da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM), Edson Bolfe, falou na audiência pública sobre a contribuição da Embrapa no estudo que abordou os possíveis cenários para a bioeconomia no Brasil. Ele explicou que de maneira geral ela é entendida como uma economia em que os pilares básicos de produção, como materiais, químicos e energia, são derivados de recursos biológicos renováveis, com grande contribuição para agregação de valor à produção por meio da transformação da biomassa.
A participação da bioeconomia para o desenvolvimento econômico foi demonstrado com os exemplos dos Estados Unidos e da Europa. No primeiro caso, a estimativa é de que esse setor contribuiu com US$ 50 bilhões para o produto interno bruto americano e com a geração de 250 mil empregos naquele país, em 2016. Já na Europa, dados de 2013 mostram um impacto de € 2 trilhões na economia do continente. No Brasil, só a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, incluindo a produção de etanol, gerou R$ 113 bilhões, com o emprego de mais de 900 mil pessoas, apenas no setor produtivo.
Bolfe afirmou que o Brasil possui vantagens competitivas e tem potencial para ser líder mundial em bioeconomia. “Temos grande disponibilidade de recursos naturais e uma rica biodiversidade, além de conhecimento em ciência e tecnologia agropecuária significativo”, disse. Ele destacou ainda o fornecimento de ingredientes vegetais para a indústria cosmética nacional e internacional.
A construção dos cenários para a bioeconomia, segundo o coordenador, foi resultado de uma oficina realizada em abril do ano passado. “Reunimos representantes da academia, de empresas, de associações, de instituições de pesquisa e de diferentes entes do Estado para levantar as tendências e incertezas desse setor para os próximos anos” informou Edson Bolfe. No âmbito da Embrapa, o estudo envolveu a equipe do sistema de inteligência estratégica, o Agropensa, coordenado pela SIM; a Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Institucional (SGI); a Embrapa Agroenergia; com a colaboração de outras unidades de pesquisa da Empresa.
As quatro cenas fictícias resultantes desse trabalho foram construídas com base nos cenários elaborados para a visão Brasil 2035. Bolfe apresentou resumidamente as possíveis cenas, da situação mais crítica à mais positiva para o País. “Não é uma bola de cristal, são quatro cenários possíveis a depender das decisões que o Brasil vier a tomar”.
Bolfe finalizou alertando para a necessidade de o Brasil continuar monitorando cada uma das tendência e incertezas estudas para a tomada de decisões. Ele argumentou que é necessário fortalecer a agricultura e a agroindústria para que, além de alimentos e fibras, o País produza cada vez mais bioenergia, biocombustíveis, bioplásticos, biorremédios, dentre outros bioprodutos. “O Brasil não pode perder a oportunidade de investir na Bioeconomia nos próximos anos para estarmos bem colocados em 2035”, finalizou.
A audiência pública foi conduzida pela deputada Laura Carneiro, que é a 1ª Vice-Presidente da CMO. Contou também com a participação de Sérgio Florêncio, diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas e Maurício Curado, coordenador do Núcleo de Cenários e Estudos Prospectivos, ambos do IPEA e Leandro Couto, Presidente da Assecor.
Assista aqui ao vídeo da audiência pública.
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Assista ao vídeo Brasil 2035 - cenários para o desenvolvimento
Rose Lane César (Mtb 2978)
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