10/11/17 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Embrapa leva tecnologias à base de nano e de programas de melhoramento para o FestEmp

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Foto: Samuel Vasconcelos

Samuel Vasconcelos - As inovações estão em fase adiantada de transferência para produção em escala e comercialização.

As inovações estão em fase adiantada de transferência para produção em escala e comercialização.

Filmes comestíveis com sabor de frutas e de vegetais, fertilizantes de liberação controlada e algodão colorido são pesquisas inovadoras desenvolvidas à base de nanotecnologia e por meio de melhoramento genético que a Embrapa vai levar para o FestEmp – Festival de Empreendedorismo, que ocorre neste domingo (12), em São Paulo. O evento é dedicado à cultura do empreendedorismo, desenvolvimento de novas ideias e incentivo para que projetos saiam do papel. 

A Embrapa participa do FestEmp a convite do Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), responsável pela organização do evento, que será realizado das 9 às 17 horas, na sede da instituição, na avenida Paulista.

O público esperado de cinco mil pessoas para esta edição do FestEmp terá a oportunidade de conhecer esses resultados de pesquisa, obtidos em laboratório e em campo, na Garagem Empreendedora, onde a Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) e a Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) vão expor as tecnologias. O espaço é destinado às empresas que trabalham com inovação e que fazem a diferença na sociedade e no mercado em que atuam.

Neste cenário dedicado à inovação, a Embrapa Instrumentação aproveita a oportunidade e leva para o festival representantes de três empresas com as quais mantém convênios de cooperação técnica - Bio Nano, Hyco e Domínio Química - e bolsistas que atuam no desenvolvimento de pesquisas envolvendo nanotecnologia.

Segundo o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, José Manoel Marconcini, o intuito de compartilhar  essa experiência com esses atores é uma forma de estimular as empresas e estudantes a participarem do ambiente empresarial.

O Centro de Pesquisa de São Carlos ainda integra um painel especial, com a participação do chefe-geral João de Mendonça Naime, que vai contribuir com discussões sobre o empreendedorismo do futuro, trocas de desafios e desenho de possíveis cenários. O debate vai contar com especialistas dos setores público, privado e acadêmico, além de jovens que conduzirão a sociedade futuramente, na qual a agricultura vai desempenhar papel fundamental.

Segundo Naime, os avanços obtidos com as pesquisas já está permitindo que a agricultura fale a "linguagem" com a qual o jovem se identifica: internet das coisas, drones, inteligência artificial, automação, big data, agricultura inteligente, entre outros.

“A participação no FestEmp é mais um importante resultado das iniciativas estratégicas da Embrapa para ampliar suas parcerias de inovação com os diversos setores produtivos e, por outro lado, o reconhecimento da Fiesp e de seus jovens empreendedores de que o agronegócio é o propulsor seguro do crescimento do Brasil. Os futuros dirigentes de empresas inovadoras e de sucesso já estão atentos ao crescimento vertiginoso da bioeconomia, o que certamente potencializará de forma extraordinária os retornos sobre os investimentos no agro”, diz o chefe-geral.

À base de nano

As películas comestíveis de diferentes alimentos como espinafre, mamão, goiaba, tomate, desenvolvidas no âmbito da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano), são produzidas com rejeitos da indústria alimentícia.

O material tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura, e tem igual capacidade de proteger alimentos. Porém, o fato de poder ser ingerido abre um imenso campo a ser explorado pela indústria de embalagens. Aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente e muitas outras possibilidades.

O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto.

Já os fertilizantes de liberação controlada, também desenvolvidos no âmbito da Rede AgroNano, geram economia e minimizam o impacto ambiental. Um dos fertilizantes que serão apresentados no FestEmp é do tamanho de um grão de arroz, mas pode amenizar um dos maires problemas da aplicação de nutrientes na lavoura, a volatilização e lixiviação, que são responsáveis por perdas da ordem de 50% de todo o fertilizante que o agricultor brasileiro aplica na lavoura. 

Testado em laboratório e em campo, o fertilizante inteligente desenvolvido em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste, volatiza menos, comparado à ureia convencional que costuma volatilizar cerca da metade da quantidade aplicada e ainda contribui para a redução de gases do efeito estufa em 2/3. Outra vantagem é que pode ser usado como suplemento animal para aumento da digestibilidade de forragens.

O público do FestEmp também terá a oportunidade de conhecer o fertilizante desenvolvido à base de hidrogel com capacidade de absorver até mil vezes o seu peso em água e com potencial para levar várias fontes de nutrientes. O produto é aplicado em pó no solo. Em contato com a chuva ou por meio de sistemas de irrigação, o fertilizante absorve grande volume de água e a libera junto com o nutriente de forma controlada. 

Esse hidrogel permite aumentar o tempo de liberação do fertilizante no solo. Com uma única aplicação, os nutrientes podem ser liberados ao longo de até oito dias, ajudando no melhor aproveitamento do produto. Com isso é possível reduzir custos, por conta da menor aplicação de fertilizante, e ter menos concentração nas lavouras, diminuindo o risco de contaminação ambiental. 

A tecnologia apresenta, ainda, custo de produção bem inferior aos hidrogeis convencionais. O novo fertilizante tem até quatro vezes mais resistência à compressão quando são incorporadas nanoargilas. Isso é importante porque garante a integridade do material durante o transporte. Os ensaios com o fertilizante estão sendo conduzidos na Embrapa Hortaliças (DF).

Melhoramento genético

O algodão colorido é resultado de mais de 20 anos de pesquisa da Embrapa algodão, que obteve variedades de pluma colorida aptas a serem utilizadas na indústria têxtil. 

Como já nasce colorida, a fibra dispensa o uso de produtos químicos para tingir o tecido e economiza 83% de água no processo de acabamento da malha, em comparação com os tecidos coloridos artificialmente. Essas características tornam o produto muito procurado pelas empresas voltadas para a chamada "moda verde". Confira aqui.

FestEmp

O objetivo do FestEmp é dar ao público uma nova perspectiva em relação ao futuro do empreendedorismo no Brasil, com um olhar para mudanças inovadoras. 

A programação do FestEmp 2017 inclui um dia inteiro de atividades, além de palestras, painéis e workshops para quem quer empreender. Esta é uma oportunidade única de conhecer cases de sucesso e trocar experiências com empreendedores de diversas áreas de atuação. As atividades programadas podem ser conferidas no endereço: http://hotsite.fiesp.com.br/FestEmp2017/ 

Joana Silva (MTB 19554)
Embrapa Instrumentação

Contatos para a imprensa

Telefone: (16) 21072901

Embrapa Algodão

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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