15/01/16 |   Gestão Estratégica  Mudanças climáticas  Gestão ambiental e territorial

Zoneamento de milho e soja será apresentado em Santarém

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Foto: Renata Silva

Renata Silva -

O calendário agrícola de milho e soja para os 15 municípios da mesorregião paraense do Baixo Amazonas será apresentado ao setor produtivo em Santarém na próxima segunda-feira (18), como parte do evento de divulgação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático - Zarc para as duas culturas na safra 2015-2016, cujas recomendações técnicas garantem ao produtor, se seguidas, acesso a seguro rural em caso de danos.

Esse zoneamento, oficializado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa em setembro de 2015 por meio de duas portarias federais, é o primeiro do gênero a incluir milho e soja no Pará e, por isso mesmo, foi muito esperado pelos produtores das duas culturas no Estado. Estes, sem terem o instrumento de gerenciamento de risco disponível, vinham plantando sem a garantia do seguro para casos de perdas por motivos climáticos, como a seca prolongada que assola atualmente a região de Santarém.

O Zarc é um instrumento de política agrícola capaz de maximizar os rendimentos e minimizar o risco de perda dos cultivos, elaborado a partir de estudos sobre as exigências mínimas de cada cultura a ser zoneada. O documento, que recomenda variedades para plantio dentro de períodos exatos de tempo e em diferentes tipos de solo, é utilizado como referência para aplicação racional do crédito agrícola, permitindo o acesso do produtor ao programas de garantia da atividade agropecuária (Proagro e Proagro Mais) e de subvenção ao prêmio do seguro rural (PSR).

A Empresa Amazônia Oriental (unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa com sede em Belém, vinculada ao Mapa), em outubro de 2015 fez a primeira apresentação do Zarc para milho e soja no Pará, em Belém e Paragominas - outro grande polo de produção de grãos do Estado. Na ocasião, Adriano Venturieri, pesquisador que coordenou os estudos do ZEE no Pará e chefe-geral da unidade da Embrapa sediada na capital paraense, declarou que as áreas prioritárias para plantio nos municípios paraenses com aptidão agrícola para milho e soja respeitam as indicações dos zoneamentos ecológico-econômicos (ZEEs), do código florestal e do Programa de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal - Prodes.

"Seguindo a legislação, o plantio nas áreas aptas a milho e soja não causa impacto ambiental sobre recursos naturais por uso indiscriminado da terra", assegura Venturieri, que fará a palestra de abertura do evento em Santarém no dia 18, às 14h30min, no Sindicato Rural do município (Sirsan).

Com base na legalidade ambiental, assim como na garantia da produtividade agrícola, o cultivo de grão no Pará é mais expressivo nos polos regionais do Baixo Amazonas (Santarém, Belterra, Mojuí dos Campos e Placas), Sudeste paraense (Paragominas, Ulianópolis, Rondon do Pará, Dom Eliseu, Santana do Araguaia, Santa Maria das Barreiras, Cumaru do Norte, Floresta do Araguaia, Redenção, Parauapebas, Marabá, Conceição do Araguaia e Xinguara), Nordeste paraense (Tailândia) e Sudoeste paraense (Novo Progresso, Uruará, Altamira e Rurópolis).

O calendário agrícola para os 15 municípios da mesorregião do Baixo Amazonas inclui ainda, além de Santarém, Belterra, Mojuí dos Campos e Placas, também Alenquer, Curuá, Monte Alegre e Prainha (microrregião de Santarém); Almeirim e Porto de Moz (microrregião de Almeirim); Faro, Juruti, Óbidos, Oriximiná e Terra Santa (microrregião de Oriximiná).

Portarias

Além de ser a primeira vez que o Pará é contemplado com o Zarc para milho e soja, o Estado é também o primeiro a ter o resultado publicado (portarias 223 e 224, de 29 de setembro de 2015, da SPA/Mapa) do estudo produzido pela Embrapa em nível nacional para o zoneamento das duas culturas no Brasil.

Balbino Antônio Evangelista, supervisor do núcleo temático de sistemas agrícolas integrados da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), que no evento em Santarém, a partir das 15 horas, apresentará os aspectos metodológicos e os resultados do zoneamento agrícola de risco climático para a soja e milho no Pará, explica que "o Zarc é algo dinâmico, em constante aprimoramento, sujeito a revisão anual das recomendações publicadas nas portarias".

De acordo com Evangelista, após passar por revisão anual no Mapa, o zoneamento agrícola de risco climático é publicado em portarias divulgadas no Diário Oficial da União e no site do ministério, editadas por cultura agrícola e por município, para vigência na safra Indicada. As portarias resultam da análise e modelagem de dados de clima, solos e informações fenológicas (relacionadas às culturas). Os parâmetros são analisados a partir de metodologia validada pela Embrapa e adotada pelo Mapa.

Atualização

"Os produtores podem solicitar ao ministério a inclusão de outras culturas no Zarc", avisa Hugo Rodrigues, coordenador geral de Zoneamento Agrícola do Mapa, que esteve no Pará em outubro para a apresentação em Belém e Paragominas. Rodrigues salienta que, a partir de 1º de julho de 2016, todas as operações de crédito rural deverão estar atreladas a seguro, e avalia: "essa condição só reforça ainda mais a importância desse tipo de zoneamento agora disponibilizado aos produtores paraenses".

"Há uma demanda do Mapa para que a Embrapa atualize informações sobre 27 culturas até o final de 2016", afirma o pesquisador Aryeverton de Oliveira, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), unidade descentralizada da Embrapa responsável pela coordenação dos estudos que subsidiam a elaboração do zoneamento agrícola de risco climático para as diversas culturas. Segundo Oliveira, desde o primeiro Zarc, que foi para trigo, publicado em 1996, já foram estudadas 59 culturas e 80 sistemas de cultivo diferentes para efeitos de zoneamento agrícola de risco climático, um trabalho que atualmente envolve cerca de 80 profissionais de 21 unidades da Embrapa, dos quais 30 especificamente com milho e soja.

Entre os parceiros da Embrapa na elaboração dos zoneamentos agrícolas de risco climático estão o Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Instituto de Tecnologia de Pernambuco - Itep e Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul - Fepagro.

SERVIÇO

Evento: Apresentação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático - Zarc para milho e soja na mesorregião paraense do Baixo Amazonas. Quando: 18 de janeiro de 2016 (segunda-feira), das 14h30min às 17 horas. Onde: Sindicato Rural de Santarém - Sirsan (Av. Antônio Simões, 350).

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

Contatos para a imprensa

Telefone: (91) 3204 1200

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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