Biotecnologia
Banco de germoplasma
Você já ouviu falar em banco de germoplasma? Sabia que esse banco é muito importante para a preservação das espécies vegetais e animais? Não? Então vamos lá para entender de que se trata isso.
Quando ouvimos a palavra “banco”, pensamos logo em uma instituição que serve para guardar dinheiro, documentos e coisas importantes e de valor. O banco de germoplasma, sobre o qual falaremos aqui, é também um local para a guarda de informações valiosíssimas, ainda que não o depósito de dinheiro; está bem?
Um banco de germoplasma é formado a partir da identificação, da caracterização e da preservação de células germinativas de alguns seres vivos, sejam eles animais, sejam eles vegetais.
Quando estudamos as diferentes características dos animais, como cor, tamanho, comportamento, produção, condições de adaptação ao clima e resistência a doenças, devemos conservar essas diferenças para usar, futuramente, aquelas que são mais importantes para a preservação. Assim, não corremos o risco de, com o passar dos anos, perder ou descartar aptidões importantes.
Para isso, é necessário manter, preservado, em núcleos de conservação, um grupo de animais vivos. Na Embrapa Tabuleiros Costeiros, por exemplo, temos um local como esse, que se chama Núcleo de Conservação de Ovinos Santa Inês.
Na fazenda experimental desse núcleo, é mantido um rebanho de ovelhas e de carneiros que possuem importantes características genéticas, para que esses animais não se misturem com outras raça, e, assim, possam manter e preservar tais caraterísticas.
Além disso, há no Núcleo de Conservação de Ovinos Santa Inês técnicas próprias para serem usadas na biotecnologia da reprodução, as quais também ajudam na preservação desses animais, e estão diretamente relacionadas com a formação dos bancos de germoplasma.
Isso significa que os cientistas que atuam em banco de germoplasma usam, para fins de conservação das importantes caraterísticas animas que lá eles estudam, tanto técnicas de laboratório quanto de campo, como, por exemplo, a de congelação de gametas e de embriões; a de inseminação artificial e a de transferência de embriões.
Com essas técnicas, os pesquisadores podem armazenar, testar e disseminar o material genético de um determinado grupo de animais.
Com o Banco de Germoplasma de Ovinos Santa Inês, importantes características já conhecidas dessa raça de ovino – como, por exemplo, facilidade para adaptação ao nosso clima quente e à escassez de alimento, resistência a determinadas doenças, além de outras aptidões ainda não descobertas – estão sendo guardadas para serem aproveitadas em futuras gerações desses animais.
Ovino Santa Inês: é o nome de uma raça de ovinos originária do nordeste brasileiro e adaptada às nossas condições climáticas. Por produzir, principalmente, carne e pele de excelente qualidade para a alimentação humana, essa raça de ovinos é consideradoa um patrimônio genético, importantíssimo, que, por isso, deve ser preservado antes que seja perdido.
Ultimamente temos visto, em exposições e em feiras agropecuárias realizadas pelo país, mudanças que o ovino Santa Inês vem sofrendo com o seu cruzamento com outras raças. A perda de determinadas características poderá ser irreversível, e trazer prejuízos enormes, principalmente para os pequenos agricultores de países em desenvolvimento ou localizados em regiões com clima desfavorável, como é o caso dos nossos produtores de ovinos que moram no Nordeste do Brasil. Dai a importância de se ter um Banco de Germoplasma onde tais características possam ser estudadas, preservadas e guardadas para uso futuro.
Fonte: Embrapa Tabuleiros Costeiros
Foto: Luiz Gonzaga Pinto de Queiroz