Edição 2015 - Inovações de Base Natural 

Contribuições para Inserção da Agricultura na Nascente Bioeconomia

Considera-se Bioeconomia o uso de inovações de base biológica aplicadas a produtos de uso comum. Trata-se de uma vertente da economia baseada em biotecnologia que tem permitido transformar cana-de-açúcar em garrafas pet, produzir estofados de carro com material biodegradável, utilizar biossensores para monitorar a poluição, estudar os movimentos do beija-flor para fins de engenharia, aplicar biomateriais para reparar tecidos ósseos, preparar biofármacos para enfrentar doenças, produzir inimigos naturais para controlar pragas, tratar resíduos com microrganismos e substituir fibra sintética por polifenóis de coco, por exemplo. Produtos biológicos tornam-se ativos de inovação capazes de transformar positivamente o ambiente em que vivemos e devem ser vistos como um potencial estratégico formidável para o desenvolvimento social e econômico.

Bioeconomia não é novidade. Pão e vinho sempre foram gerados a partir do manuseio biológico de produtos naturais. A relevância atual é identificada pelo avanço rápido do conhecimento sobre biotecnologia e seu uso intenso para fortalecer uma era de economia verde, descarbonizada e baseada em fontes renováveis. A bioeconomia ajuda a construir uma economia impulsionada pela inovação, oferecendo mais utilidade para a imensa gama de recursos biológicos de que o Brasil dispõe, mas também para o reaproveitamento do que hoje é descartado, com novos usos para fibras e outros produtos naturais.

Conhecer profundamente nosso meio ambiente e gerar inovações pode significar para o Brasil dar um salto na oferta de produtos não apenas eficientes do ponto de vista funcional, mas mais sustentáveis para a sociedade. Empresas brasileiras geram produtos como sabonetes e essências a partir de nossa extraordinária diversidade biológica, movimentando a economia, criando empregos, recompensando as comunidades tradicionais e oferecendo alternativas em um mercado cada vez mais amplo.

A bioeconomia ganha força e visibilidade porque a sustentabilidade entrou de vez na agenda da sociedade.  A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou que a biotecnologia pode totalizar 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) de um país nos próximos 15 anos. A capacidade científica e a diversidade ambiental fazem do Brasil uma referência mundial em bioeconomia, com impactos em áreas tão diversas como materiais, indústria, saúde, meio ambiente, agricultura e alimentação, dificultando a distinção entre setores como agricultura, indústria química, petróleo, energia, materiais. O Brasil possui enorme experiência, capacidade e base de diversidade para liderar este setor.

É nesse contexto que a Embrapa lança o Prêmio Frederico de Menezes Veiga – Edição 2015 e o 2º Concurso Frederico de Menezes Veiga, com o tema "Inovações de Base Natural – Contribuições para Inserção da Agricultura na Nascente Bioeconomia". Participe!